sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Obrigado, obrigada.

Ser grato.
Uma moda que parece que não pega.

Ser grato exige humildade, exige ser superior ao que vemos comummente. Ser grato devia ser obrigatório, sob pena de multa fiscal na ausência de gratidão.
Devia estar previsto na Constituição da República Portuguesa, devia vir nos contratos de trabalho. Devia. 
Mas parece que ser grato é uma moda que parece que não pega.

Obrigada pelas oportunidades concedidas e por aquelas que não vieram.
Obrigada pelas boas e más experiências, pela crença num mundo justo e pela evidência de que é tudo muito injusto.
Obrigada pela verdade, pela mentira. 
Obrigada por todos os medos, seguranças e inseguranças.
Obrigada pelo crescimento e consequente auto-conhecimento.
Obrigada pela austeridade, pelas facilidades e dificuldades, pela areia nos olhos, pela ilusão e desilusão.
Obrigada pela educação, pelo respeito e desrespeito do eu, do nós, pela desvalorização do desempenho, pelo amor, pelas amizades, pela vida, pelo trabalho, pela saúde.
Obrigada pela construção de um equilíbrio quase inexistente neste mundo globalizado.
Obrigada pela certeza de um futuro incerto. Obrigada por tudo que fizeram e não fizeram.
Obrigada por todas as mágoas, por todo o passado, por todo o presente.
Obrigada.

Ser grato.
Uma moda que parece que não pega.


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