terça-feira, 7 de agosto de 2012

Heurísticas Intuitivas I

Pensar depressa e devagar. Pensar devagar e depressa.
Ambicionamos tanto e tão pouco que quando nos encontramos connosco sabemos que ler um livro se pode tornar num dos maiores prazeres da vida. Naquelas letras, palavras e frases acreditamos conhecer a pessoa que as escreve, que entendemos perfeitamente a forma como os sentimentos, as opiniões nos chegam, parece mesmo que conhecemos o autor. Quando na verdade, são meras intuições.
Ninguém disse que era fácil.
Falo-vos nas heurísticas intuitivas (Daniel Kahneman, Nobel da Economia 2002). 
Escolhas e descobertas diárias que mais que nunca se traduzem na intuição de cada um, ou dos de fora, da informação, do que dizem ser conhecimento.
Heurísticas intuitivas, que pena, a mim sai-me tantas vezes o tiro pela culatra.
O tempo passa e somos tão poucos com a certeza de que temos a liberdade de escolha.
A liberdade de fugir ao corporativismo, cujos quadros nos são pintados coloridamente. Onde ainda nos prometem mundos e fundos, que podemos ser os melhores se seguirmos aquelas mil e novecentas normas sociais e globais que nos levam a apenas agir, não pensar.
A liberdade simples de pensar, é difícil porra.
Ninguém disse que era fácil.
Depois há sempre alguém com quem nos identificamos, com quem queremos estar, alguém a quem queríamos ser parecidos ou iguais. Há sempre algo que gostaríamos de fazer ou de não ter feito.
E o tempo vai passando e não nos encontramos connosco.
Porque será? Talvez porque a mais árdua tarefa que encontro é a heurística de nos conhecermos a nós próprios.
Um caminho tão satisfatório como doloroso, são conquistas diárias e acho que nunca me tinha conhecido tão bem.
Parar, Recomeçar, pensar e agir de acordo com a nossa liberdade. Encontro liberdade quando escrevo, como agora, reflectindo sobre aquilo que vi, que li e que descobri intuitivamente falando.Pensar depressa e devagar.
Pensar devagar e depressa. E as heurísticas intuitivas vão existindo sempre.

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